quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Fantasma
Alisson Affonso é cartunista, quadrinhista e ilustrador. Mora em Rio Grande, cidade onde nasceu, em 1979.
4ª Maria
Naqueles
dias em que Eras minha vó, só um átomo; o jovem Sol jogava ao longe seus longos
cabelos de fogo. Andava cheio de olhares pra duas pupilas: A menina Terra vestida
de azul com mantos brancos e transparentes, e a Lua em sedução enigmática.
Universo em desequilíbrio escolha - Que dilema! Foi quando a menina tomou uma
decisão: Assaltar uma daquelas 4 estrelas alinhadas no céu. O Sol gostava de
ouvir contar sobre a Noite! - um mistério para ele - e mais ainda sobre as
estrelas, essas incertezas da Eternidade que já morreram. Com sua delicadeza
translúcida a Terra pescou uma delas e a fincou na própria orelha. A escolha
estava feita! O Sol a puxou para perto de si e eles se amaram. Do seu calor
brotaram Homens e o brinco de estrela floresceu Mulher! Dizem até, que enquanto
dormimos, Maria anda nua por aí lançando pétalas sobre os telhados. A Lua
escondeu a barriga no lado escuro, e há quem diga que ela tem encontros com o
Sol sob o olhar sombrio da Terra. O Universo nunca deu falta da 4ª Maria. Mas e
Maria? Maria vive atormentada em busca da palavra certa que lhe permita, por um
instante, visitar suas 3 irmãs...
Sílvio Nunes, tem 41 anos, é funcionário público na Prefeitura de Jaguarão, onde reside. É natural de Arroio Grande e sempre gostou muito de escrever. Política e religião eram os seus alvos até 3 anos atrás quando descobriu a poesia - ou foi ela que o descobriu? O que interessa é que foi ela que o trouxe novamente pra vida, ela o salvou, deu-lhe ar pra respirar! É graduando do curso de Letras (Português/Espanhol), na Unipampa, tem escrito para o Jornal Meridional da cidade (Espaço do Poeta) e também no blog do NELPP (Núcleo de Estudos Linguísticos e Pedagógicos do Português – Unipampa) http://www.nelpp-unipampa.blogspot.com.br/p/silvanydades.html. Participa do Círculo dos poetas e escritores da Unipampa.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Solar Santa Clara
Samba do Bomfim
Não precisa naufragar
tem terra firme nesse mar
nem é tão longe assim
não duvida do Bomfim,
não duvida
O Bomfim pediu pra ir
foi rumando sem se despedir
disse que estava de partida
-Já que ninguém se anima,
me vou, não duvida de mim
não duvida -
E fez dum barco de pano
um plano pra atravessar
nem as rodas do oceano
conseguem segurar
Mesmo que esteja tão ruim
acredita no Bomfim
no final há sempre de ser
bem bom
Nêga, não duvida do Bomfim
mesmo que seja tão ruim
o final pra gente há de ser
bem bom
Matheus Ávila nasceu, cresceu e plantou-se em Arroio Grande / RS, desde 1983.
Bacharel em Design Gráfico pela UFPEL, transita - a seu modo - entre letras, sons e imagens.
tem terra firme nesse mar
nem é tão longe assim
não duvida do Bomfim,
não duvida
O Bomfim pediu pra ir
foi rumando sem se despedir
disse que estava de partida
-Já que ninguém se anima,
me vou, não duvida de mim
não duvida -
E fez dum barco de pano
um plano pra atravessar
nem as rodas do oceano
conseguem segurar
Mesmo que esteja tão ruim
acredita no Bomfim
no final há sempre de ser
bem bom
Nêga, não duvida do Bomfim
mesmo que seja tão ruim
o final pra gente há de ser
bem bom
Matheus Ávila nasceu, cresceu e plantou-se em Arroio Grande / RS, desde 1983.
Bacharel em Design Gráfico pela UFPEL, transita - a seu modo - entre letras, sons e imagens.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Sereia Sifilítica
A professora Eliana Lúcio nasceu em 1961, em Arroio Grande/RS, onde, nos dias de chuva de sua infância, viu germinar sua grande paixão, a fotografia. A caixa de fotos da família, santo remédio encontrado pela mãe para aquietar a menina de suas traquinagens, não foi motivo, portanto, para que Eliana, licenciada em Artes Plásticas e admiradora da maestria dos construtores, aquietasse a alma ou estancasse a criatividade de sua mente. Residindo em sua cidade natal, aproveita-se da privilegiada claridade de seus rincões para gravar belas imagens dos mundos que abundam de suas vivências.
Ressurreição
Num mundo,
onde há marcas de ti
em forma de cruz...
na dor assumida,
na morte vencida,
numa festa de luz...
Num mundo,
onde há marcas de ti
pode o mal triunfar?
Ou haverá hoje alguém,
assumindo também
o teu jeito de amar?
Maria Constança Caetano é professora de alfabetização e de língua portuguesa (por um acaso feliz).
Arroio-grandense de berço e de alma...
Sempre viveu cercada de livros, cadernos e crianças... Foram quarenta e quatro anos em sala de aula.
Com duas filhas também alunas.
Mulher de muitas lutas e de muita fé na humanidade...
Insistente: cada ser humano tem o direito e a obrigação de chegar ao topo, atingindo o máximo daquilo que é capaz.
Ler... porque só quem lê pode ser livre...
Escrever é uma consequência... quando o coração está cheio extravasa...
onde há marcas de ti
em forma de cruz...
na dor assumida,
na morte vencida,
numa festa de luz...
Num mundo,
onde há marcas de ti
pode o mal triunfar?
Ou haverá hoje alguém,
assumindo também
o teu jeito de amar?
Maria Constança Caetano é professora de alfabetização e de língua portuguesa (por um acaso feliz).
Arroio-grandense de berço e de alma...
Sempre viveu cercada de livros, cadernos e crianças... Foram quarenta e quatro anos em sala de aula.
Com duas filhas também alunas.
Mulher de muitas lutas e de muita fé na humanidade...
Insistente: cada ser humano tem o direito e a obrigação de chegar ao topo, atingindo o máximo daquilo que é capaz.
Ler... porque só quem lê pode ser livre...
Escrever é uma consequência... quando o coração está cheio extravasa...
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Entre
Foram-se... eram luzes de que não se podia
Trazer desejos acautelados na brisa firme por que canto.
Mesmo que assim, elas estavam.
das pequenas conchas via-se a vida uma vez deixada,
de estrelas, a prece rezada em tanto
de cores, certeza de flores em nada,
disso...
te vejo
velejando nas areias pela calma do teu balanço
que, de tão manso, penso ser infinito, a não se deixar
pelo que é dito no teu suspiro em solidão.
Sábias as vezes que tenho, então, de assistir a marés
um tanto incautas nas gotas de um viés
ainda não dito;
faltas... não há mais alegria
em época de solstício
e em que toda sinastria
é mero vício, é ofício
de quando se está sem ti.
Quando dito, se sabia,
a luz que a mim viria enfim lamentaria:
cantos para a noite; tu és do meu dia.
Lucas Langie Pacheco tem dezoito anos, é pelotense e bacharelando em direito. Interessa-se em tudo que o ser humano produz, mais no sentido daquilo que faz do que no daquilo que cria. Por vezes escreve, por outras não.
Trazer desejos acautelados na brisa firme por que canto.
Mesmo que assim, elas estavam.
das pequenas conchas via-se a vida uma vez deixada,
de estrelas, a prece rezada em tanto
de cores, certeza de flores em nada,
disso...
te vejo
velejando nas areias pela calma do teu balanço
que, de tão manso, penso ser infinito, a não se deixar
pelo que é dito no teu suspiro em solidão.
Sábias as vezes que tenho, então, de assistir a marés
um tanto incautas nas gotas de um viés
ainda não dito;
faltas... não há mais alegria
em época de solstício
e em que toda sinastria
é mero vício, é ofício
de quando se está sem ti.
Quando dito, se sabia,
a luz que a mim viria enfim lamentaria:
cantos para a noite; tu és do meu dia.
Lucas Langie Pacheco tem dezoito anos, é pelotense e bacharelando em direito. Interessa-se em tudo que o ser humano produz, mais no sentido daquilo que faz do que no daquilo que cria. Por vezes escreve, por outras não.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Exu
(Aquarela, lápis de cor e photoshop)
Alisson Affonso é cartunista, quadrinhista e ilustrador. Mora em Rio Grande, cidade onde nasceu, em 1979.
Grogue Girls
Garrafa,
Gim,
Gole.
Glúteos gingam geografias,
Gostosa!!!!
Garrafa,
Gim, gelo
Gole, gole
Garotas, gurias
Garrafa,
Gim, gim
Gelo, gelo
Gole, gole
Geram galantes gestos
Garrafa,
Gim, gim, gim
Gole, gole, gole
Girando...
Gargalhadas, ganzás, guitarras
Gim, gim, gim
Grandiosa galeria
Guernica: guerra genocídio
Guache gravura
Grotesca garatuja
Girando globo...
Gaiola, grilhões, grana
Gim, gim, gim
Garoa gelada guarda-chuva
Gardênias galopam galáxias
Girafas garbosas ginastas
Guangues guetos
Gangorras gandaia
Garrafa,
Gole, gole
Gim, gim
Gaitas,
GessingerGadú
Gorjeiam Gardel...genial !!!!!
Gaveta: gaivotas guardadas
Gim, gim
Gole, gole
Giro gravitacional
...
Guardiões, gigante Gnômon
Gárgulas gladiam,
Gnomos garimpam,
Glorioso Graal
Golpe genuíno
Gim, gim, gim...
Gestos grosseiros,
Gritos, gírias,
Gostos, grilos,
Gargalo
Gim, gim, gim
Grinalda, gerânios,
Grama, gemidos...
Girando...
Girando...
Girassol !!!
Gim, gim, gim
Garranchos giz
Lutiele Tajes mora em Arroio Grande/RS, sua cidade natal. É estudante de Letras da Unipampa - Campus Jaguarão, e participa Círculo dos poetas e escritores da Unipampa.
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