Ela pensa nele.
Ela pensa muito nele.
Ela sabe que não deve.
(O Mar é pra navegar)
Ele pensa nela.
Ela pensa que ele pensa nela.
Ela quer pensar assim.
Ele cuida dela.
Ele usa uma calça saint-tropez com cinto de couro.
Ela pensa que é porque ela é fã do Robert Plant.
Ele é doido.
Ele pensa e diz que ela é engraçada.
Ele chama para ver a lua.
Ele quer ir pra rua as três da manhã.
Ele a acorda com carinho e beijo.
Ele tem nas mãos uma flor, um café e uma torrada.
Eles escutam música e se beijam.
Eles gostam de muitas mesmas coisas e nem precisam dizer um ao outro.
Ele diz palavrão.
Ela não.
Ela, às vezes, pensa que ele sabe que ela não sabe o que quer.
Ela acredita que ele sabe que ela não sabe o que faz.
Ela é confusa, às vezes.
Ele é confuso para ela, às vezes.
Ele falou muitas coisas que ela concordou.
Ela estava com sono e não lembra de tudo que foi dito.
Ele lembra quem é.
Ele faz um desenho explicando.
Ele, no fundo, sabe que ela é dã.
Ela sabe que tem que sair dessa.
Ela sabe que o jogo é perigoso.
Ela pensa que só consegue escrever com ele por perto.
Eles brincam um com o outro.
Eles riem um do outro.
Eles até cuidam um do outro.
Eles, às vezes, se seguram um no outro.
Aninha (Ana Lúcia Almeida) por ela mesma: nasci em pelotas, em 72, uma ótima safra. aprendi a ler e a escrever muito muito cedo. encontrei na escrita uma forma de expressar sentimentos confusos ou difíceis que tinha na infância. a poesia é uma forma de organizar um caos interno. às vezes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário