sábado, 21 de junho de 2014

Amor à terra natal (poema de Valier Varzim da Cruz)

Um dia saí de minha terra
Do chão que me viu nascer
Procurando sentir o mesmo amor
Em outro lugar fui viver
          Senti uma saudade imensa
          Porém tive de lá viver
          Procurei amizades fortes
          Que me ajudassem a vencer
Pois só um amor grande, sincero
Poderia me animar
Gente boa desta terra
Me ajudaram a continuar
          Ser gaúcha, tenho orgulho
          Dos sotaques das tradições
          Se sopra o vento minuano
          Dos pampas nos meus rincões
Pego o poncho largo e folgo
As botas de couro curtido
Monto à cavalo e sigo
Troco por calça o vestido
         Isso tudo é ser gaúcha
         De noite curto as estrelas
         Do luar ao Cruzeiro do Sul
         São ainda mais belas
Oh! Meu Rio Grande querido!
Sei que aqui também é Brasil
Por isso, conformo e continuo
Te amando igual vezes mil
        Em pensamento te unindo
        Numa linha horizontal
        Por esse sol sol forte e belo
        Que ilumina ambos igual

Valier Varzim da Cruz nasceu em 1932, no município de Pelotas/RS, em uma localidade que hoje pertence a Capão do Leão. É dona de casa, moradora da região do porto pelotense. Durante muitos anos foi vendedora e costureira, e sempre manteve seus cadernos de escritos. Os textos publicados no blog Pandorgas no Paralelo 32º são extraídos de seu "caderno de versos" de 1996.


quarta-feira, 11 de junho de 2014

sardas

tua pele salta
entre ser parda ou alva
tardas

reparo no que será ao certo
fundo ou traço no teu retrato
falho




Marília Floôr Kosby é antropóloga, poeta e compositora. Nasceu pela primeira vez em Arroio Grande/RS, em 1984. Publicou os livros de poemas "Os Baobás do Fim do Mundo - Trechos líricos de uma etnografia com religiões de matriz africana no sul do Rio Grande do Sul" (2011) e "Siete Colores e Um Pote Cheio de Acasos (2012/13). Organiza e edita o periódico Pandorgas no Paralelo 32º.

vazios



Carolina Villavicencio, “Saudade”, Comunicadora Social de origen Ecuatoriano apasionada por la comunicación y todo el azar que genera con su existencia… Sin certezas en la vida pero con la firme convicción de que la gente se encuentra unida únicamente por las historias, las contrariedades, las nimiedades, los relatos construidos, las vivencias reciprocas, los momentos unívocos, las complicidades compartidas en las que el lenguaje en constante construcción y deconstrucción es el puente para la unión de hecho…

sábado, 7 de junho de 2014

O livro da Vila Sete (poema do Silvio nunes)

Nu poema te escrevi
Com dois restos de grafite

Ponta dor e estilete
Pelo fio que te corta
A mesada recebeste
Pêlos tapete na porta
Correu a menina morta
Perna abaixo te senti
Com dois restos de grafite

Remetente: o pecado
Vendedor de picolé:
-Absorvete gelado!
-Palito grátis, quem quer?
Dá pra comer de colher!
Nos teus óleos derreti
Com dois restos de grafite

O poeta vem com lápis
A poeta apontador
Uma dor que dói feliz
E no branco Vão compor
Os excessos? São Amor
Aquele que te parti
Com dois restos de grafite


Sílvio Nunes, tem 41 anos, é funcionário público na Prefeitura de Jaguarão, onde reside. É natural de Arroio Grande e sempre gostou muito de escrever. Política e religião eram os seus alvos até 3 anos atrás quando descobriu a poesia - ou foi ela que o descobriu? O que interessa é que foi ela que o trouxe novamente pra vida, ela o salvou, deu-lhe ar pra respirar! É graduando do curso de Letras (Português/Espanhol), na Unipampa, tem escrito para o Jornal Meridional da cidade (Espaço do Poeta) e também no blog do NELPP (Núcleo de Estudos Linguísticos e Pedagógicos do Português – Unipampa) http://www.nelpp-unipampa.blogspot.com.br/p/silvanydades.html. Participa do Círculo dos poetas e escritores da Unipampa.