quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Aves e Pássaros

Alexandre Neutzling nasceu em Canguçu/RS, no ano de 1980. Mora em Pelotas, onde graduou-se em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda, na Universidade Católica de Pelotas. Atua como fotógrafo profissional, em trabalhos como: Books, Eventos, Recepções, Aniversários, Fotos Artísticas, Fotos Publicitárias e Ensaios Fotográficos.
essas tuas verdades
vão acabar criando deuses
caindo de escadas
saltando da vida
pulando sacadas

essas tuas verdades
vão acabar acordando demônios
tropeçando nas cores
pisoteando a grama
represando as dores

essas tuas verdades
vão acabar despertando luxúrias
causando pudores
mordendo a carne
retesando amores

essas tuas verdades
nem parecem mentiras.


Valder Valeirão nasceu em Pelotas, trabalha com design há uns 15 anos, escreve poesias e anda compondo músicas com diversos parceiros músicos.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Extraterreno


Marcela Soares Rodrigues nasceu em Arroio Grande/RS, em 1985, mas reside em Pelotas/RS. É cantora, instrumentista e compositora,e estuda Comunicação Social. Obtidas por meio de câmera de telefone celular, suas fotos publicadas neste periódico integram um projeto de experiência em fotografia com mídias alternativas.

Amada

Amada
Adoro quando tu disparas
Tuas armas de convencimentoTodas
Na minha direção
Eu vivo
Por feliz que sou e digo
Ouvindo atento e refletindo
O jogo de palavras doces
Que verte pela tua contramão

Amada
Nunca pense em tom de despedida
Em choro e velhas recaídas
Espere um pouco
Atente a outros perigos
Eu morro
A cada esquina
A cada fim de encontro, desligo
E me refaço num segundo
Quando quero estar contigo.


Natural de Caçapava do Sul/RS, Daniel Moreira reside em Pelotas/RS desde 1996. Em 2009 publicou seu primeiro livro de poesias chamado "Poemas Urbanos". Foi coordenador por onze edições do Projeto Sarau Poético Musical da Bibliotheca Pública Pelotense. Faz parte do núcleo Poesia no Bar, projeto que distribui poemas de autores locais e regionais em marca-textos pelos bares de Pelotas. Mantém o blog Poemas Urbanos (http://poemas-urbanos.blogspot.com.br/) onde posta com frequência seus escritos mais recentes. Escreve na Revista Samizdat (www.revistasamizdat.com) todo o dia 5 de cada mês além de fazer parte da equipe da Revista Seja - Poesia e Literatura (http://revista-seja.blogspot.com.br/).

Esporádicos

Es demasiado tarde? Ó talvez demasiado temprano? Aún no logro salir del impacto desgarrador que ha causado este incidente casi accidente en mí; pero esta agonía que se apodera de cada rincón de mi raquítico espíritu se hace cada día más densa y aniquilante. Por mucho tiempo considere que esta incertidumbre de tenerte presente era mejor que la certeza de tu abandono… ahora mientras más me pregunto menos respuestas obtengo, solamente sé que todavía es inconcebible mi cerebro sin ti. Mi cuerpo te llama, mi mano te necesita, mis ojos ya no te ven; pero mi cabeza te piensa, te urge, te añora. Mis labios no te besan pero te sufren. Mi reloj se detuvo porque a pesar de todo continúa esperándote. Esta larga – y poco dulce - espera pide respuestas; pero estas únicamente vienen con esporádicas esperanzas acompañadas de persistentes puñaladas. Y yo sigo aquí sin pena ni gloria esperando no sé qué…

Pd: Porque a veces pasa que te busco, pero no siempre te encuentro.... Y te espero y no siempre llegas...


Carolina Villavicencio, “Saudade”, Comunicadora Social de origen Ecuatoriano apasionada por la comunicación y todo el azar que genera con su existencia… Sin certezas en la vida pero con la firme convicción de que la gente se encuentra unida únicamente por las historias, las contrariedades, las nimiedades, los relatos construidos, las vivencias reciprocas, los momentos unívocos, las complicidades compartidas en las que el lenguaje en constante construcción y deconstrucción es el puente para la unión de hecho…

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Telhados lá de fora



A professora Eliana Lúcio nasceu em 1961, em Arroio Grande/RS, onde, nos dias de chuva de sua infância, viu germinar sua grande paixão, a fotografia. A caixa de fotos da família, santo remédio encontrado pela mãe para aquietar a menina de suas traquinagens, não foi motivo, portanto, para que Eliana, licenciada em Artes Plásticas e admiradora da maestria dos construtores, aquietasse a alma ou estancasse a criatividade de sua mente. Residindo em sua cidade natal, aproveita-se da privilegiada claridade de seus rincões para gravar belas imagens dos mundos que abundam de suas vivências.

Reticências

Página pura de listras horizontais
Limpo minhas mãos nela
Dos meus tormentos marginais
Um clone na vidraça da janela

Com desenhos martelados
Onde escondo meus medos
Em 3 pontos... Meus pecados
Que escorrem pelos dedos

Escrever o que devo esquecer
No intervalo dessas linhas
Ocultar o meu sofrer
Nas pequenas “paradinhas”...

Universo de histórias antigas
Presentes em versos e ausências
Até Deus fez essas rimas
3 Marias e reticências...



Sílvio Nunes, tem 41 anos, é funcionário público na Prefeitura de Jaguarão, onde reside. É natural de Arroio Grande e sempre gostou muito de escrever. Política e religião eram os seus alvos até 3 anos atrás quando descobriu a poesia - ou foi ela que o descobriu? O que interessa é que foi ela que o trouxe novamente pra vida, ela o salvou, deu-lhe ar pra respirar! É graduando do curso de Letras (Português/Espanhol), na Unipampa, tem escrito para o Jornal Meridional da cidade (Espaço do Poeta) e também no blog do NELPP (Núcleo de Estudos Linguísticos e Pedagógicos do Português – Unipampa) http://www.nelpp-unipampa.blogspot.com.br/p/silvanydades.html. Participa do Círculo dos poetas e escritores da Unipampa.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Introspecção

Dentro de mim,
onde todos os idiomas comunicam
não há limites
nem barreiras...

Dentro de mim,
onde vivem minhas lembranças
não há culpas
nem é proibido...

Dentro de mim,
onde o tempo não passa
e a beleza ficou
não há impossível...

Dentro de mim,
eu sou livre para ser
e sou eterna...

Eu sou Amor dentro de mim..


Maria Constança Caetano é professora de alfabetização e de língua portuguesa (por um acaso feliz).
Arroio-grandense de berço e de alma...
Sempre viveu cercada de livros, cadernos e crianças... Foram quarenta e quatro anos em sala de aula.
Com duas filhas também alunas.
Mulher de muitas lutas e de muita fé na humanidade...
Insistente: cada ser humano tem o direito e a obrigação de chegar ao topo, atingindo o máximo daquilo que é capaz.
Ler... porque só quem lê pode ser livre...
Escrever é uma consequência... quando o coração está cheio extravasa...

Casa no campo



Márcia Horner Ferreira nasceu em 67, prefere ser turista mas precisa voltar sempre para sua raiz (Arroio Grande) onde encarna a veterinária, que é para manter suas paixões: estrada e fotografia.

Canto Sem Fronteira

Rompeu-se o silêncio antigo
Com cantos nas tolderias
Nas primeiras melodias
De algum ritual pagão
Pra transformar-se em canção
Povoando o pampa de notas
Na nossa origem remota
Das tribos de Ibagé
Que continuam de pé
Preservando uma cultura
Pois nosso canto perdura
Nesta terra de Bagé.

Depois chegaram os padres
Novos cultos – dobram sinos
E o nosso canto genuíno
Moldou-se ao do velho mundo
Mas continuando profundo
Sonoro mas primitivo
E segue batendo estrivo
Tempo adentro – campo afora
Correndo e tinindo espora
Pra provar que ainda está vivo.

Mais adiante, aqui ouviu-se
Os clarins de Dom Diogo
Continuando o mesmo jogo
Da inconstância das fronteiras
E o zunir das boleadeiras
Falando o mesmo idioma
E a tudo isso se soma
As mazurcas e pericons
Mesclando cantos e sons
De outra rédea – mesma doma.

Seguiu-se o grito tropeiro
Abrindo estrada a peçunha
Mensageiro e testemunha
Da nossa história distante
Desbravador- bandeirante
No rumo do campo largo
Enquanto ceva um amargo
Depois que a lua se esconda
Com o mesmo canto de ronda
Neste ofício – nobre encargo.

Cruzaram os campos do sul
Milícias e montoneras
Mais que idiomas – bandeiras
Delimitando tratados
Cada um de lado a lado
Na contingência paisana
Brasileira – castelhana
É preciso que se olvide
Se a insensatez nos divide
Um poema nos irmana.

A eloqüência das palavras
Das cátedras e tribunas
Juntou-se a força turuna
Entre berros e relinchos
Quando um cantar de pelincho
Inunda o silêncio inteiro
Esse é o meu canto campeiro
É esse o canto que trago
Esse é o timbre do meu pago
Mais puro e mais verdadeiro.

E por fim – aqui estamos nós
Com o compromisso moral
E a bagagem cultural
Do tamanho do universo
Tentando expressar num verso
A nossa saga campeira
Sem cor de lenço ou bandeira
Só a gaúcha trajetória
Querendo cantar a história
Neste Canto sem Fronteira.



Eliezer Dias de Sousa nasceu em Bagé/RS, cidade onde ainda mora. É professor aposentado da Universidade da Região da Campanha, compositor, poeta e apaixonado pelo universo da vida campeira.